Estava
na casa do meu amigo Mustang, aliás, sempre
achei o apelido dele divertido, hoje à tarde, desde que as férias começaram
tenho tido muito mais tempo para ver os amigos, mas não quer dizer que isso
tenha rendido textos. Tem rendido muitas histórias engraçadas... Mas quem disse
que eu tenho conseguido tempo, ou energia, para escrevê-las? Sempre que penso
que vou escrever algo, alguém me chama para fazer algo!
Essa é
a razão de eu só escrever de madrugada, ainda assim é difícil ter forças para
não dormir enquanto digito. Mas como eu dizia estávamos sentados na varanda,
bebendo refrigerante e jogando nosso querido jogo de cartas, quando começamos
uma amistosa conversa sobre nossos referentes trabalhos.
Mustang
atualmente está trabalhando com telemarketing. Acho eu que deve ser uma mão na
roda pra escrever nossas histórias... Como a que ele me contou. E que estou
usando para escrever essa crônica, que estão perdendo seu tempo lendo.
Ele
disse que estava em sua mesa de trabalho, arrisco que tomando café, quando
recebeu uma ligação, e pela insistência em não desistir após cinco toques fez
com que ele atendesse.
O
cliente estava insatisfeito com alguma coisa, não recordo com o que, mas
pareceu engraçado na hora por que eu não parava de rir... Talvez efeito da
cafeína no refrigerante? Duvido, nunca tive isso.
Ele tentava
contornar as reclamações retrucando, sabiamente,
com o script que a empresa havia lhe
dado ao começar. Aquele, maldito, padrão de “você
vai estar recebendo...”, sempre achei tão estranho, usar três verbos quando
apenas um já dava conta do recado.
Mas o
cara era insistente, até o momento em que ele se cansou e disse:
“Você sabe com quem você está
falando?! Meu nome é John Lennon!”
Eu preferiria
que ele houvesse me dito essa parte quando eu não estivesse tomando
refrigerante... Foi tenso engasgar, cuspir e rir ao mesmo tempo.
Acho
que ele guardou isso para o final de propósito, pra tornar tudo mais emocionante.
Como sempre. Não sei por que ele faz isso, sempre que ele conta alguma história
ela é, naturalmente, épica!
Ele confirmou
que a voz do cara era mesmo parecida com a do músico-lenda, o que tornava tudo
mais engraçado que o normal. Além do mais, ele procurou no sistema o cadastro
do cliente e viu que realmente existia um “John
Lennon” nos registros.
A parte
final da história fora abafada por risos e minha tosse. Mas no fim o Sr. Lennon
acabou ficando com raiva de não conseguir ser devidamente atendido, Mustang é
fã do Lennon, sem mencionar o fato de ele ser um grande brincalhão, e eu aposto
que isso deve ter contribuído para a falta de profissionalismo dele, e desligou
na cara dele!
Após
alguns minutos tentando parar de rir, ele concluiu a mim a moral da história.
“John
Lennon desligou na minha cara!” dizia ele sorrindo “Sou foda!”.
Em homenagem e referência a Magno Mustang. É pra você titio.