Tolo apaixonado

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“Amor é fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se sente,
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer“.

            “O cara que disse isso era um babaca que nunca amou” pensou o garoto sentado no telhado de sua casa, olhando o céu estrelado.
            Ao constatar isso ele descera do telhado e entrara pela janela de seu próprio quarto, como um verdadeiro intruso num mundo ao qual ele não mais pertencia.
            Seu quarto estava em completa desordem, sua mesa estava coberta por seus papeis, os tênis estavam jogados perto da janela, sua cama estava num completo embolo de lençol e cobertas, seu travesseiro embaixo da cama, sacolas estavam espalhadas pelo quarto todo, e assim o caos seguia.
            Ele empurrara alguns papeis de sua mesa e encontrara seu notebook. Colocara sua recente lista de musicas para ocasiões como aquela para tocar e se jogara na cama.
            Desde que a conhecera, ele deixara de ser o mesmo de antes. Já não via graça no que mais lhe fazia rir, já não se sentia bem ao ficar muito tempo longe dela. Ele tornara-se aquilo que tentou evitar ser a todo custo. A vida toda ele se manteve distante de qualquer tipo de relacionamento. Ele nem mesmo sabia demonstrar afeto, nem mesmo sabe como era receber afeto... Mas agora ele era apenas mais um tolo apaixonado.


Raiva

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Sentimento que me controla
Mau que me devora
Vontade que eu tinha era de mudar
De não me deixar dominar...
Mas impossível notar
Que tudo que eu gostaria
Era que o fim chegasse
Que tudo mais acabasse
E que eu pudesse então
Descansar em minha própria solidão

Leito

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A noite podia estar quase no fim, ela podia parecer comum... Mas não era realmente.
Estava deitado em minha cama, o som da chuva batendo na janela fechada e a escuridão que ali existia faziam com que fosse o leito perfeito. Apenas estar com ela fazia assim o ser. Havíamos nos deitado, nós conversávamos enquanto eu acariciava seu rosto e aspirava levemente o odor de seu cabelo.
Eu olhava seus olhos, aquele brilho lindo em seu olhar me cativava e trazia aquela sensação de bem-estar. Ela me olha nos olhos, encabulada e pergunta:

– O que você tanto olha?
– Simplesmente a garota linda que faz companhia a este cachorro. – Eu respondi com meu sorriso incomum, um sorriso que exibia meus caninos.

Ela sorri e desvia o olhar. Ergo seu rosto, fazendo-a me encarar, e deposito um leve beijo sob seus lábios, seguido de uma leve mordiscada e uma lambida sob os mesmos.

– Eu te amo sabia?